Amassos à bordo

"Love is in the air..."

Eu estava conversando com uma amiga outro dia sobre coisas inusitadas que acontecem nas viagens de avião. Ela estava louca para contar o que tinha acontecido numa ponte-aérea entre Brasília e São Paulo. Era uma viagem a trabalho, mas por alguns algumas horinhas ela se sentiu numa viagem de férias. Ela foi uma das últimas a entrar no avião e teve a sorte de ir do lado do “futuro marido” dela. Desde a subida até a descida não trocaram nenhuma palavrinha sequer, mas mesmo assim a vida dela mudou completamente (dizendo ela). 

Eu também já me apaixonei várias vezes dentro de um avião, por passageiros e comissários. Acho que o clima do local mexe comigo (hehehe). Engraçado, mas nesse ambiente há uma concentração imensa de potencias maridos por banco-quadrado. É só olhar por alguns segundos aquela pessoa que já inicio no automático uma análise semiótica básica das características visuais, a partir daí tento ir imaginando tudo sobre aquele indivíduo. Se ele cruzar o olhar com o meu, eu não sei o que poderia acontecer. Talvez desistisse da minha vida e fugisse com o desconhecido. Um perigo!

Mas quem nunca se deparou nessa situação? Uma vez me apaixonei perdidamente pelo comissário da Gol (vôo Buenos Aires – Santiago), era como se fosse o Natal em forma de gente, lindo, perfeito e educado. Tirei, no estilo paparazzi, algumas fotos dele, nem sei onde elas estão, mas consigo me lembrar dele perfeitamente até hoje.

Certa vez, num vôo para os EUA com escala em Bogotá pela Avianca um tiozão sentou-se do meu lado. Ele era bem tagarela e emendava um assunto atrás do outro. Eu não tenho problemas de interação e não vi problema em participar da conversa. O vôo era longo e minha tia faz a linha “cafetina de sobrinhas” (no bom sentido), ela saiu do assento e veio me visitar. Entrou na conversa e em menos de 2 minutos a pauta era a minha vida pessoal. Só me lembro dela dizendo à aquele estranho “ela tem que casar com um cara que goste de viajar bastante porque senão não vai combinar, não vai dar certo”. Eu lembro que ele era tipo o CEO de uma empresa bacana, solteiro, alto, tiozão, e roncava de boca aberta. Descemos e paramos todos do nosso grupo para esperar os remanescentes. Ele parou junto. “Meu Deus! O que ele está fazendo?”eu pensei. Eu disse a ele que ele deveria seguir para não atrapalhar seus planos, pois nós estávamos enrolados esperando outras pessoas. Ele se despediu. Que situação.

Outra coisa que acontece demais, é aquela história das fantasias dos casais. Nos filmes já vimos muito (uma cena boa do Ashton), e na vida real? Bom, acho que as pessoas se arriscam mais nos vôos mais longos e noturnos. Sei lá, ali no meio do filme, na alta madrugada. Mas como será a orientação aos comissários em relação a esses casos? Eu queria conhecer algum deles para perguntar isso. Eu nunca presenciei um caso, também nunca fiquei ali “guardando-caixão” no banheiro. Acho que vou começar a prestar mais atenção.

A solução talvez seja viajar na primeira classe que oferece poltronas que viram verdadeiras camas, e algumas empresas já têm algumas de casais. Na Flórida você pode alugar por horas um jatinho particular-motel para não correr riscos e ter que abortar a missão (iniciar um Defcon 4). E não, não vou escrever nenhuma opinião pessoal sobre fantasias, por um único motivo: é pessoal por dimais da conta.


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