Primeira viagem de avião com bebê



E lá fomos nós pegar o avião para chegar na praia (fomos para Maragogi-AL). Confesso que fiquei muito apreensiva pois as minhas experiências em voos com crianças não eram muito boas: quando eu era a passageira sem filhos na poltrona mais próxima. Dessa vez, seria eu a responsável pelo baby que poderia (ou não) se manifestar negativamente durante a viagem (o Theo estava com 6 meses e não tinha iniciado a introdução alimentar, estava com aleitamento materno exclusivo e nunca usou chupeta e mamadeira). Sim, porque diz a lenda que tem baby que não sente nada e passa o tempo todo ou mamando ou dormindo. 

Queria muito estar dentro dessa estatística, mas não foi o caso. Minha maior apreensão estava no fato da principal atitude de sanar qualquer problema ser colocar o bebê para mamar. Quando estávamos ali pelo 3° mês começamos a implementar em casa a modalidade de mamar deitados por conta da minha dor nas costas. Resolveu super o problema, além de o Theo mamar com mais eficiência, mais tempo e ainda engatar no sono. O problema é que ele gostou tanto da posição, que não queria mais mamar na posição tradicional e toda vez que saíamos de casa (o que foram poucas vezes devido à pandemia) eu tinha que achar uma cama para realizar o procedimento. 

Umas semanas antes do embarque, eu e Math, visualizamos o trampo que seria para ele mamar comigo sentada no avião e durante a viagem (nem sempre teria um local apto para gente se deitar). Sendo assim, começamos imediatamente uma rotina em casa de mamadas sentadas e fomos reduzindo as deitadas. A tática deu certo, mas na data da viagem a prática ainda era muito incipiente, e se ele iria colaborar no voo seria uma bela de uma incógnita.

Nesse contexto embarcamos. 

Levamos uma bolsa cheia de entretenimento. Brinquedos das mais variadas tipologias: de borracha, madeira, plástico, pelúcia, tricô, livrinhos, e ainda deixei salvo uns videos do Mundo Bita (ele não tinha acesso à telas ainda mas foi uma opção no caso de um possível desespero). 

Para completar a cena, a Latam nos colocou em assentos separados e o máximo que conseguimos foram poltronas lado a lado com o corredor entre nós. Foi péssimo pois o espaçamento entre as pessoas é mínimo. É muito importante que a pessoa do seu lado seja conhecida pois vai sobrar parte do bebê no colo dessa pessoa também. 

Na Ida
Depois de solucionado o problema dos assentos separados, estava tudo indo bem. O Theo estava sussa...rindo e brincando (e eu segurando seus braços de polvo que insistiam em grudar na moça ao lado). Minutos antes de decolar o Math o pegou e conseguiu colocá-lo para dormir. 

Depois de uns 15 minutos, ele acordou. Veio para o meu colo e conseguimos nos distrair. Perto do pouso, as coisas complicaram e começou o choro, que foi se intensificando e nada resolvia. Nenhum brinquedo, nenhum dos peitos, ficar em pé, ficar sentado, colo da mãe, colo do pai, andar pelo avião...nada. A moça do meu lado teve a brilhante ideia de dar sua garrafa de água na mão dele. Ele começou a morder essa garrafa (que estava ainda meio gelada) como se fosse um viciado em cocaína. E assim conseguiu se acalmar. Sim, ele teve um pico de estresse devido ao nascimento dos primeiros dentes inferiores. Sim! Dentro do avião! 

Depois do trauma (dos pais) ficamos espertos para levar uma garrafa com água semi congelada na volta. 

Na volta
Chegamos com literalmente o c* na mão. Dessa vez, conseguimos completar nossa fileira só com gente conhecida. Eu, Math e minha irmã (nossa carta na manga pois ele é louco por ela). 

Antes do avião decolar já tivemos choro. Antes dele sair do chão, usamos todos os nossos trunfos. Tudo. Brinquedos, peitos, garrafa de água, celular, minha irmã...nada resolveu. O avião finalmente decolou (demorou 300 anos manobrando até a pista) e ele na base do choro extremo e ininterrupto. Logo depois de decolar, o Math conseguiu desafivelar o cinto e ir até o fundo do avião. Enquarto isso eu consertava minha máscara que me deu o grande prazer de arrebentar. Consertei e fui lá atrás. Não hesitei em pegá-lo e pedir para sentar na cadeirinha da aeromoça. Nessa hora consegui fazer ele mamar. O bichinho foi vencido pelo cansaço de tanto chorar. Ele engatou num sono. Fiquei mais uns 10 min sentada para garantir esse sono, não queria que acordasse de jeito algum. Quando senti que rolou um sono profundo, fui até nossa cadeira e sentei meio de lado (os assentos são muito grudados...afff). Do jeito que me acomodei, fiquei o voo inteiro com ele no colo rezando para não acordar. Fiquei sem respirar, comer, beber, coçar onde coçava, falar...mas deu certo. As mães que lutem, amigo. 

Cheguei precisando de uma sessão de RPG para desempenar, sim. Mas deu certo. Pedimos ao comissário para sair logo do avião e quando cheguei no saguão do aeroporto o princeso acordou como se nada tivesse acontecido. 

Tudo que queria naquele momento era de férias e descanso...mas uma bagagem cheia de roupa suja nos esperava em casa. 

Veja aqui o relato da nossa segunda experiência de viagem com Theozinho já com 1 ano e 2 meses. Foi oooooooutra coisa!!!


Dicas:
- Escolha voos diretos e com menor tempo possível;
- Opte por voos em horários mais próximos às sonecas do baby;
- Algumas cias aéreas disponibilizam berço (entre em contato com a sua para saber o que tem direito);
- Acostume seu filho a mamar na posição em que a mãe esteja em pé ou sentada (já prevendo as diversas situações nas férias);
- Pague pelos assentos e assegure pessoas conhecidas nas poltronas do lado;
- Não use o preferencial para entrar primeiro no avião. É melhor ser um dos últimos a entrar pois lá dentro há muita limitação de espaço para movimento. Deixe seu companheiro de viagem entrar e garantir a acomodação das peças de mão;
- Segure para dar o peito perto do momento de decolagem e aterrizagem;
- Dê algo para ele sugar: peito ou chupeta ou mamadeira;
- Leve brinquedos para entreter o baby (os preferidos dele) e evite os com sons e luzes para não incomodar mais os outros passageiros;
- Leve uma garrafinha de água de plástico (acabou sendo um ótimo brinquedo);
- Algumas pessoas recomendam levar uns saquinhos com mimos, geralmente chocolates e balinhas, com um bilhete pedindo desculpas para entregar aos passageiros mais próximos;
- Leve comida para distraí-lo; 
- Em momentos tensos, vá para o fundo do avião (ou frente) e tente balançá-lo, peça pra sentar na cadeira da aeromoça;
- Vista-o com roupas mega confortáveis: quentinhas e nada apertado. Uma boa dica é usar pijamas;
- Use roupas confortáveis também para não incomodá-lo e ter mais liberdade de movimento;
- Embarque com tudo ok: fome, fralda e conforto;
- Se for costume, leve o sling ou a mochila evolutiva (tente treinar em casa ele dormir com você sentada simulando a cadeira do avião);
- Compre aqueles lenços de limpar superfícies, tipo da Lisoform, para dar uma geral principalmente na mesinha de comida que é o lugar mais sujo dos aviões;
- Marque uma massagem relaxante para quando chegar (de preferência com um profissional que atenda a domicílio);
- Deixe uns dias no final das férias livres para descansar e organizar as malas com coisas sujas. 



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