Caso: E volta o cão arrependido em Montevidéu

Da Série Cuidado na Estrada!



Nessa mesma época ano passado, eu estava com minha viagem de ano novo para o Uruguai completamente montada, reservada e super esperada. Nada melhor do que planejar essas coisas com antecedência, mas nada melhor ainda do que levar sustos durante a viagem (só que não...). 

Acho que sou muito mestre nessas auto-pegadinhas e mais uma delas aconteceu em Montevidéu. Na verdade a confusão surgiu ainda no Brasil quando decidimos vender a alma comprar os ingressos da festa de pré-réveillon Hed Kandi. Essa festa é super famosa e acontece todos os anos no dia 31/12 em Punta del Este

O plano era passar a virada em Punta, mas antes ficar alguns dias na capital Montevidéu. A Noelyza, muito crazy, deixou tudo por minha conta e eu fiz as reservas nos dois hostels. Elas foram confirmadas e estava tudo lindo e maravilhoso.

Compramos os ingressos da festa pela internet e depois de um mês, finalmente, chegaram na minha casa. Fiquei admirando aquele "passaporte da alegria" até que um detalhe chamou minha atenção: o número 31. Pois é, a festa de pré-réveillon realmente é dia 31, só que nas nossas reservas, no dia 31 estaríamos simplesmente em Montevidéu. Dessa maneira, eu tinha acabado de detectar um "probleminha" na programação. É isso aí, compramos ingressos para uma festa de R$ 500 em uma cidade em que nós nem estaríamos. 

Sem nenhum pânico conversei com a Nônô e nem passou pela nossa cabeça chorar em cima dos ingressos de R$ 500 (cada), então resolvemos ir pra Punta mais cedo. Entrei em contato com o hostel de Montevidéu para diminuírem uma das nossas diárias, e falei com o pessoal de Punta para acrescentarem uma. Tudo certo, mudanças confirmadas e vida que segue. 

A viagem chegou e curtimos muito Montevidéu de dia e de noite. Na manhã do dia 30 estávamos praticamente vegetando em cima daquela cama quando alguém começa a esmurrar a porta (tipo o que houve em Dusseldorf) de uma maneira muito violenta (se é que tem alguma forma de fazer isso na paz). A Noelyza estava mais perto e foi ver o que estava acontecendo, voltou e disse "Aline, eles estão dizendo que o check-out é agora às 10h". Eu, dormindo, respondi: "Relaxa, a gente só vai embora amanhã". Ela foi lá conversar com o "Incrível Hulk da limpeza" e voltou dizendo que nossa reserva estava até aquele dia, e que precisaríamos sair para a limpeza do quarto. 

Aí o bicho pegou! Olhei para o relógio e faltava pouca coisa para às 10h, tipo uns 60 segundos, e começamos a socar tudo que estava completamente espalhado por todo quarto nas mochilas, malas, sacolas, pescoço, decote e bolsos (do mesmo jeito que aconteceu na Oktober de Blumenau). Depois de reunirmos todas as nossas tralhas fora do quarto, fui até o balcão resolver essa confusão sobre os dias, afinal de contas, precisaríamos de teto por mais uma noite (do mesmo jeito que foi em Barcelona). 

Não sei qual foi a bruxaria da reserva mas só sei que oficialmente tínhamos perdido o único quarto privado (e com ar condicionado) do hostel, a vida granfina durou menos do que esperávamos. Nossa salvação foi uma beliche em um dos quartos coletivos (sem ar condicionado e com um ventilador que produzia mais calor do que vento) que por uma glória divina estava liberada (nessa época conseguir qualquer tipo de vaga era uma Odisseia). Fizemos nossa mudancinha, no estilo cão arrependido, para o quarto da humildade só para aprender a sermos mais humilde e levar a fase de preparação da viagem mais a sério. Não poderia ter lição de vida melhor e numa época melhor, começamos o ano com uma baita reflexão...isso, isso, isso, isso!


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