Caso: Andando nas ruas de Bruxelas...

Da Série Cuidado na Estrada!

Djjjjjjj Pilow 

Chegou a nossa primeira noite em Bruxelas, na Bélgica. Eu estava animada para sair e ver o que tinha que ser visto afinal ali é a terra do épico e tão aguardado por mim: Tomorrowland. Na pesquisa de preparação da viagem eu não tinha achado nenhum nome de festa ou boate específica. A missão era descobrir isso no hostel com os funcionários, com o pessoal hospedado ou, ainda, com pessoas que cruzassem nosso caminho pelas ruas “bruxelezesas”.

Eu tinha anotado apenas o nome de uma praça (Place Saint Géry), que tem vários restaurantes e barzinhos nos seus arredores. Pensamos em como nos deslocarmos para o tal reduto da boêmia, de táxi ou metrô? Tinha uma estação meio próxima do hostel e o acesso se dava por uma das ruas mais movimentadas, então não hesitamos em usar esse meio de transporte.

O detalhe é que como já era noite, a rua “movimentada” estava completamente deserta, tudo fechado e só com pessoas de índole duvidosa perambulando na área. Era tipo o Setor Comercial de Brasília anoite, deserto e babilônico. Muito estranho porque só era 22h, nem era tão tarde...aceleramos a passada desviando dos mendigos e coisas afins num silêncio sepulcral. Chegamos na estação do metrô (mais deserta do que Londres no filme O Extermínio) e a Clarissa fez um comentário meio amendrontado, e quando a Clarissa faz esse tipo de comentário, é porque o bicho realmente está pegando ou está na iminência de pegar, bateu um frio na minha espinha. Pegamos o metrô e caminhamos até a praça. Andamos por todos os seus arredores e havia apenas uns restaurantes, estilo casalzinho, e nada mais que isso. Nenhum botequinho sequer.

Estava fazendo um frio considerável e eu com mais fome do que os infectados do Extermínio (acho que eu também comeria uma pessoa). Falei para minha prima que aplicássemos o “Plano P”: o plano Pizza Hut, que eu já tinha avistado por aquela região, mas não sabia se deveríamos seguir para direita ou esquerda na avenida principal. Olhamos para o lado mais bonitinho da avenida e fomos seguindo por aquele lado.

Nessa caminhada as coisas foram ficando tensas. Fomos passando por pessoas na rua e as reações foram muito esquisitas. Os homens olhavam, falavam, mexiam e gritavam em belga com a gente como se estivéssemos de biquini em pleno carnaval. A brincadeira do Extermínio estava começando a virar realidade, foi quase uma perseguição e quanto mais andávamos para sair de perto de pessoas, mais grupos de homens iam surgindo pela frente. O detalhe é que estávamos devidamente cobertas com o casaco de frio e só com o sapato e a meia calça, da panturrilha pra baixo, aparentes. Eu começei a ficar com mais medinho, a Clarissa também. Perguntei a ela se estava entendendo alguma coisa, pois éramos apenas 2 pessoas andando pelas ruas quietinhas na nossa. Será que ao invés de perfume, tínhamos passado feromônio puro? Eu tentava racionalizar o episódio.

No começo foi legal: “Poxa, será que somos tão bonitas assim? Que queridos!”. Depois de um tempo a coisa ficou meio: “Esse povo nunca viu mulher na vida? Que selvagens!” Realmente, foi uma situação tensa. Aquela homaiada velha e asquerosa de gracinha, e até carros buzinando. A Clarissa deu a ideia de irmos embora porque já estávamos assustadas demais para ir para a balada propriamente dita e, além do mais, desconhecida. Decidimos parar o primeiro táxi e ir embora para o hostel. E eu mega morrendo de fome,  que saco! (os gordinhos sempre morrem primeiro nos filmes). 

Chegamos no hostel, e estava rolando uma festinha na área comum, fomos até lá ver o naipe da festa. No mínimo engraçada, uma música engraçada com um povo engraçado. Eu vi uma máquina de comida congelada e não hesitei em comprar um frango com legumes à parmegiana (pode rir). E a balada da noite foi no El Dredron, com um frango com legumes à parmegiana de máquina congelada, esquentada no microondas, encima da cama, com talheres de plástico que já quebrei na primeira garfada, ao som do respeitoso DJ Pillow.

Depois conversando com uma amiga que mora na Europa, a Clarissa me disse que umas das capitais européias mais perigosas é justamente Bruxelas. Tudo fez muito sentido, depois que saimos da Alemanha nossa vida nunca mais foi a mesma. Cuidado, assim como brigadeiro, nunca é demais.


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