Aline vs Aeroportos


Cá estou eu de novo com alguma história da guerra na qual eu, na maioria das vezes, saio perdendo a batalha. Prefiro dizer que sou uma daquelas pessoas que gostam de viver bem a vida e aprender com cada experiência. Aham, Cláudia... me sinto até um pouco envergonhada em assumir que sou a prova viva do "Inversamente Proporcional Fact", ou seja, quanto mais eu tenho experiências com viagens menos eu me dou bem em questões que deveriam já estar pacificadas.

Sim, lá fui eu e minha mala passar uns dias em Montes Claros em Minas Gerais. A cidade é mega conhecida pelo seu mercadão, principalmente pelo o que é comercializado nele, como pequi, temperos, doces, queijos e cachaças. Trouxe tudo, menos o pequi que achei que iria contaminar o aeroporto, as malas de todos passageiros e o oxigênio do avião. Tomei essa decisão com muita dor no coração, muita mesma, pois eles estavam amarelinhos e gigantescos, perfeitos para panela. Enfim, gastei pouquíssimo dinheiro no doce de leite, nuns temperinhos e na cachaça. A moça me perguntou se precisava ser rotulada e lacrada, eu disse que não necessariamente. Essas coisas quanto mais artesanais forem, mais gostosas são (é a minha impressão). Ela me trouxe duas garrafas com uma cachaça branca e uma amarela, realmente sem rótulo (mas nem era numa garrafa PET de refrigerante reutilizada...). Eu perguntei qual era a melhor e ela disse que as duas, eu mandei por na sacola e as levei. 

Alguns dias depois na volta para casa, na fila do check-in, a moça viu a minha caixinha de tranqueiras do mercado e perguntou o que eram. Eu na minha doce inocência enumerei todos os itens quando recebi a notícia de que eles teriam que abrir a caixa para checar principalmente as bebidas que deveriam estar devidamente rotuladas. F*** me I'm F***ed! Já avisei que as garrafas estavam sem rótulo, ela me disse que sendo assim não poderiam seguir viagem. Tentei argumentar e levei um "sabão" da aeromoça dizendo que isso era um perigo para toda a aviação. Afinal não saberiam dizer que líquido era aquele, o seu teor alcoólico, etc. E foi assim que eu tive que me despedir das minhas cachacinhas-sem-lei sem nem ao menos ter podido sentir os seus potenciais prazerosos gostinhos. 

O resumo da ópera é que continuo não sabendo o que pode e o que não pode ser levado na mala. Como sempre sentindo na pele e no bolso e na vergonha e na raiva e no desapontamento e na tristeza. Poxa, só agora me toquei que eu poderia até ter tomando umas doses antes de tirá-las dos meus pertences, se bem que acho que não seria uma boa ideia forçar a ida da cachaça na marra, nem que fossem os 4 litros no meu corpo. 


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