Inglaterra, a terra da rainha
Eu tinha uma ideia completamente diferente de Londres e dos ingleses, achava que seria uma cidade melancólica com um povo extremamente antissocial. Ledo engano, não se pode confundir organização, educação e disciplina com frigidez; os ingleses são extremamente educadinhos mas nada "frios" como eu estava esperando. Estão longe de serem como os italianos ou americanos (inclui-se todas as Américas) que possuem um jeitinho todo especial de abordagem com o próximo, mas também não são tão introspectivos.
Quando chega o precioso happy hour todos os bares e pubs ficam abarrotados de pessoas. É tanta gente que fica uma galera do lado de fora bebendo em pé. Os certinhos e tímidos do metrô durante o dia, riem e conversam alto no happy hour dos pubs no fim do dia. Infelizmente não fui para nenhuma balada em Londres, mas fiquei numa vontade maluca. Meu feeling diz que deve ser sensacional.
A cidade também não tem nada de sombria, é uma delícia. É preciso se acostumar com as garoas repentinas (leve sempre um guarda-chuva na bolsa) e simplesmente caminhar. Ela me lembrou bastante NY pelo barulho nas ruas, principalmente de carros de polícia e ambulâncias.
A imigração
Não posso deixar de falar da alfândega. Chegamos por Lisboa num voo da TAP e não fizemos a entrada na Europa por lá, como íamos para Londres, a alfândega teria que ser feita pelos próprios ingleses. Nunca entrei por Madri (tem a fama de ser carrasca), mas achei a entrada pela Inglaterra digna de Estados Unidos no pós 11 de setembro. Eles foram extremamente detalhistas com todos os pontos do nosso roteiro e não economizaram nas perguntas. Não deixe de levar o comprovante de reserva de hospedagem, bilhete do trem que te levará para outro país, bilhete de volta para o Brasil, seguro viagem, tudo...leve tudo, até a carteirinha da locadora. Ele até nos perguntou o que iriamos fazer na cidade, nessa hora não veio o nome de nada na minha cabeça e apenas respondi que iriamos em todos os pontos turísticos.
Uma família no guichê do lado não sabia falar nada de inglês e estava passando um sufoco básico. O atendente então pediu para o meu primo ajudar na tradução. Sorte deles, pois nos EUA não tem essa de pedir ajuda para terceiros não.
A mão inglesa
O mão invertida no trânsito é um caos para nós brasileiros, e faz com que uma simples travessia de rua seja um verdadeiro iron man. Tanto que nas ruas eles pintam no chão o lado que deve ser olhado na hora de atravessar. Sem essa cola é impossível caminhar. Acho que veio de lá a expressão "do nada", pois "do nada" surgem carros dispostos a te atropelar (tipo aquele joguinho do Atari). Depois da Inglaterra, você nunca mais atravessa as ruas com paz no coração do mesmo jeito.
O inglês britânico
O sotaque britânico também me surpreendeu, pois nunca tinha me dado bem nas conversas com ingleses, era simplesmente impossível compreender até o "hello" deles. Porém, foram todos muito compreensíveis para mim e a parte da língua foi peace of cake no dia-a-dia.
As libras e o custo
Quanto ao câmbio, resolvemos não trocar nenhuma quantia em libras pois não queríamos correr o risco de ficar com trocados no bolso que não seriam usados em mais nenhum lugar da viagem. Como ficamos apenas dois dias na cidade, optamos em comprar tudo no cartão de crédito (sim, mesmo com as taxas de uso no exterior). Pagamos metrô, comidas, lembrancinhas e ingressos, tudo no crédito e entregamos a fatura à Deus.
Uma coisa que também precisa ser dita: eu não achei que as coisas ficaram tão caras como já tinha me preparado psicologicamente e monetariamente. A libra é mais cara que o euro, fato. Mas juro que comemos em restaurantes muito bons, pagamos no cartão e não ficou enlouquecidamente caro. Ficou bem digno, talvez tenha sido porque não ficamos tanto tempo lá. Em algumas lojas, principalmente de lembrancinhas e bugigangas, aceitavam euros.
Ah...as cabines de telefone funcionam e todos os museus são de graça. O carboidrato deles é a batata e a cerveja deliciosa! Um arrependimento? Não ter conseguido, nessa oportunidade, provar o fish and chips.
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