Madri, na Espanha


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Eu estava bem curiosa para conhecer Madri, a capital da Espanha e tão significativa mundialmente quanto Barcelona, a capital da Catalunya. Madri tem mais o “jeitão” de capital, mais órgãos do governo obviamente e uma sensação de amplitude de espaço muito grande. O clima também é mega diferente, enquanto em uma  tem todo aquele clima "leve" praiano, na outra, além da carga política tradicional, existe uma radical mudança climática. Muito pelo posicionamento geográfico de Madri, que está mais ou menos no meio da Espanha, ou seja, longe do mar, ou seja, na secura master. Provavelmente por isso me lembrei muito de Brasília, apesar dela ser muitas vezes maior que o nosso quadradinho distrito federalense.

Fazendo um resumão – talvez injusto – Madri é a soma de órgãos governamentais, mais os grandes museus da Europa, junto com alguns parques, com o estádio de futebol, acrescida de touradas e de uma badalada vida noturna.

Em Barcelona e em várias partes de Madri pudemos ver reflexos da crise, alguns muros pichados e retratos de pobreza nas ruas. Nada mais que isso.

Chegamos em Madri pela famosa estação de trem Atocha, que sofreu um atentado terrorista de fundamentalistas islâmicos em 11 de março de 2004 (ficou conhecido como o “11 de setembro” da Espanha e matou 191 pessoas). A estação por si só é linda e contempla um jardim tropical indoor belíssimo, até tartaruguinhas vimos por lá. Talvez seja por esse ocorrido que precisamos passar por detectores de metal e raios X nas viagens de acesso ou saída da Atocha.

Nos hospedamos na principal avenida da cidade, a Granvia. Ela é ótima mesmo, cheia de lojas, restaurantes, bares, teatros e estações de metrô. Nosso hotel (Hostal Valencia) era muito bem localizado, mas simples. Ficamos em alguns melhores em outras cidades da viagem. Fomos recebidas com uma orquídea muito lindinha no quarto e deu tudo certo.

O metrô foi nossa principal forma de locomoção, seguida do táxi. Mas vi também muitos ônibus pelas ruas. A vantagem do metrô é que é bem grande e tem uma área de cobertura muito boa.

Fomos andando pela Granvia na direção leste, para o lado do Parque del Retiro. Passamos pelo Passeo de Recoletos, pela Biblioteca y Museos Nacionales, pelas Torres de Cólon em frente à Plaza de Cólon. Depois passamos pela Plaza da Independência (linda de morrer!) chegando finalmente ao Parque del Buen Retiro. Ele é o principal parque da cidade e imenso no tamanho e beleza. Tem o mega Lago del Retiro, vários locais para descansar e fazer piqueniques, quiosques de lanches e bebidas, artistas fazendo música ao vivo e, ainda, o Palácio de Cristal, uma construção toda transparente e com uma instalação com vidros no interior, e o Palácio Velázquez, um pequeno museu gratuito que no dia estava com uma exposição de arte moderna. O mais legal foi ter ganhado cortesias de entrada no Museu Reina Sofia ao qual é filiado. 

Continuamos a andança passando pela Plaza de Casanovas del Castilo, almoçamos ali pelos arredores para entrar no Museo do Prado sem o incômodo da fome. Diga-se de passagem que nesse almoço experimentamos o Tinto de Verano, mais uma bebida típica muito, mas muito, gostosa. O museu, invariavelmente, é imenso e um passeio mega enriquecedor. É o principal da Espanha e um dos melhores do mundo. Lá estão distribuídas em "alas", dentre outros artistas, obras de Rubens, Van Dyck, Rembrandt, Goya, Botticelli, El Greco, Ticiano, Tintoretto, Caravaggio, etc. Não deixe de ver o "Las meninas" de Velazquéz. Ao lado do Prado está a Paróquia San Jeronimo el Real.


Chegamos na Plaza Puerta del Sol, uma das mais famosas e movimentadas, marco ou quilômetro zero das estradas radiais espanholas desde 1950. Lá está a escultura símbolo da cidade a Ursa e o Medronheiro. De lá, que pode ser considerado o centro de tudo, é possível ir até a bela Plaza Mayor, que me lembrou muito a Grand Place em Bruxelas. Colada na Puerta del Sol está uma das principais ruas de comércio da redondeza, a Calle de Preciados, no fim dela está a Granvia.

No dia seguinte pegamos o metrô e descemos no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, um dos mais importantes do país e do mundo também. É considerado a casa da arte moderna e sua coleção abarca obras de Lichtenstein, Picasso, Salvador Dalí, Miró, Andy Warhol, etc. Não deixe de ver o "Guernica" de Picasso. Pegamos mais uma vez o metrô, dessa vez para chegar à Plaza de las Ventas, mais afastada do centro, onde está a arena de touradas de las Ventas. É uma construção muto bonita, mas não apoiamos esse tipo de tradição espanhola e não fomos à nenhuma tourada. Em Madri ainda existem as corridas de touros, diferentemente de Barcelona em todas são estritamente proibidas. De volta ao metrozão, descemos na Plaza de Oriente e de lá seguimos a pé até o Palácio Real, casa da realeza esponhola. É possível entrar nas dependências e fazer um tour. Logo ao lado está a Catedral de la Almodena, bem bonitinha.

No dia seguinte fomos parar no Estádio Santiago Bernabéu, casa do famoso time de futebol Real Madrid. Eu gostei muito da visita e, além de passarmos por diversas áreas dentro do estádio, fomos nas arquibancadas, sala de imprensa, áreas vip, vestiários, área de aquecimento e nos bancos de reservas das estrelas. Depois nos mandamos direto para mais uma rua de compras famosa perpendicular à Granvia, a Calle de Fuencarral.

A badalação noturna ficou por conta da Pacha Madrid e da, talvez, mais famosa boate de Madri, a Teatro Kapital. Todas bem perto ali da região central que envolve a Granvia, a Puerta del Sol e Atocha.

Aproveitamos uma tarde para visitar a cidade medieval Toledo que fica cerca de 30 minutos de Madri. Saem trens em curtos intervalos de tempo da Atocha e é possível comprar as passagens na hora. 

Nossa despedida da Espanha, foi em Madri. Saimos desse país maravilhoso pelo temido Aeroporto Madrid-Barajas, onde muita gente, principalmente brasileiros, são barrados. Antes do embarque fomos até o setor onde é possível reaver algumas taxas gastas nas compras em virtude de sermos turistas, o famoso Tax Free.


Madrid - Espanha    Viagem: 2012 (agosto).

´Assista: Fuga implacável, A pele que habito

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