Reveillón 2015 em Copacabana no Rio de Janeiro
Acho que esse ano vai ser o meu ano dos clichês (mas não no sentido depreciativo da palavra), e já comecei com o maior deles: a virada do ano nas areias de Copacabana.
Eu confesso que nunca foi meu sonho juvenil ir passar o réveillon por lá apesar de sempre ter curtido assistir à transmissão pela TV. Sempre escutei bastante histórias de pessoas que foram, da minha família inclusive, e todas pintavam um quadro muito surrealista e babilônico de tudo.
Acabamos comprando essa passagem aérea para o Rio para o caso de nenhum plano melhor surgir, pagamos R$ 150 (ida e volta) com uma antecedência que pessoas normais considerariam demência (nove meses). E foi assim que eu percebi que tinha feito uma das melhores escolhas da minha vida (e ainda pensando em desistir desde o início).
Vários mitos foram derrubados, aqueles mitos que só quando a gente vai entende. Então, vou enumerar cada um deles para tentar te mostrar que existem várias razões de ser o maior (e melhor) réveillon do mundo, aliás, ninguém sabe comemorar tão bem o ano novo quanto nós brasileiros (os nova-iorquinos que o digam).
Mito 1: É uma multidão impraticável
Eu não sou a maior fã de multidões e ouvia muito falar que Copa era a verdadeira babilônia moderna, então fui com aquele medinho básico fazer o programa. Esse ano estavam ali 2 milhões de pessoas (quase Brasília inteira numa praia) e vou te falar uma coisa, foi muito tranquilo. Mais tranquilo do que a Feira dos Goianos e do Paraguai juntas. Copa é uma praia com uma extensão gigante, mesmo com esse pessoal todo, tinha muito espaço. Na frente dos palcos, realmente a coisa ficava mais "pegada" mas nos outros lugares é muito legal, dá para ouvir a música e ainda ter seu momentinho relax.
Mito 2: É preciso chegar de manhã para reservar seu espaço na areia
Primeira coisa: não é a Times Square (um encontro de avenidas e que tem o metro quadrado racionado), é Copacabana, uma praia imensa que não vai acabar tão fácil assim. Algumas pessoas montam barracas e reservam espaço na areia porque elas simplesmente vão dormir lá. Vão muitos ônibus de pessoas de várias regiões afastadas do Rio que encaram essa aventura sem hospedagem e montam a farofada na praia mesmo. Mas não precisa disso, chegamos em Copa por volta das 23h e deu tempo de rodar e escolher um lugar legal na areia para assistir ao espetáculo.
Mito 3: Só vão pessoas pobres, bandidos e mal-encarados
O que esperar de um réveillon de graça? Com certeza, um réveillon democrático. Vão sim pessoas de todas as faixas etárias, nível social, beleza e nacionalidade (muitos gringos mesmo), e nem por isso desmereceu a festa. Confesso que nem me senti na pista de qualquer festa em Brasília, foi muito mais digno. Vi muita família, idosos, deficientes, crianças, casais, solteiros...era uma ambiente muito legal.
Mito 4: Vou ser roubado ou levar um tiro
Durante todo tempo em que estivemos lá não vi/senti nenhuma ameaça de violência. Vi muitos postinhos policiais e pessoas muito na vibe da pacificidade digna do momento.
Mito 5: É missão impossível entrar e sair de Copa
A partir das 18h Copa é totalmente fechada para carros e aí a melhor forma de entrar e sair de lá é de metro. A dica é comprar os bilhetes específicos para noite de ano novo que começam a ser vendidos no começo do mês e acabam super rápido. Na compra é possível escolher o horário que deseja usar, o bilhete só é liberado no horário específico e aí já facilita o acesso das pessoas. Na hora não é possível comprar, apenas dos cambistas que vão querer lucrar em cima disso. O acesso ao metro foi tranquilo e o único momento sardinha rolou dentro do trem, mas nada diferente do que rola na hora de pico do metro na China ou São Paulo. Era clima de festa, nada que não se possa aguentar por algumas estações. A volta, foi bem mais tranquila até consegui apoiar meus dois pés no chão (tô brincando, foi muito tranquilo).
Mito 6: Não posso levar nada e nem usar brincos
Acho prudente não ser um vacilão porque afinal de contas é um conglomerado de pessoas e por natureza é bom não dar chance para o azar. Mas dá sim para usar brincos, bolsa, câmeras e celular. Inclusive leve bebidas, todo mundo faz isso. Se não quiser, comprar lá não é difícil.
Mito 7: Ou vai para Copa ou vai para uma festa
Eu já tava sentindo que em Copa o auê não duraria mais do que 1h depois da queima de fogos (para quem quer ver os shows ele dura bastante), e também sabia que as festas de réveillon no Rio são as melhores possíveis. Mas cai no conto de que ou se faz uma ou outra coisa, diziam que sair de Copa para algum outro lugar era impossível. Só que não é. Basta você pegar o metro até a estação mais próxima da sua festa, todas elas acabam lá pelas 5 da manhã. Acho razoável "perder" algumas horas de festa em Copa e depois curtir o resto dela. Ou melhor ainda, escolher uma festa que te dê uma vista dos fogos e ir direto para ela (mas a sensação de estar na areia é diferenciada). É possível, ainda, pagar o ingresso de alguma das festinhas nos quiosques da praia, eles montam um esquema de lounge e geralmente são open bar (e tem um banheiro semi digno), isso custa em média uns R$ 300. Na minha opinião não vale a pena o custo benefício, melhor pagar R$ 500/R$ 800 numa mega festa (tipo a da Urca ou do MAM, por exemplo) com open tudo até às 5h da matina.
Mito 8: A queima de fogos dura uma eternidade e dá torcicolo
Na TV aqueles 16 minutos são intermináveis, fato. Mas quando se está lá a coisa muda de figura. É uma emoção que não consigo descrever com palavras, achei que seria um show de fogos padrão Magic Kingdom na Disney (que já mexe comigo consideravelmente), mas é muito maior que isso. É anos luz mais emocionante e belo. Você torce para que não acabe nunca e de repente se depara com lágrimas caindo do seu olho. Isso é a essência, os fogos de Copacabana mexem com a nossa essência - emoção pura e por isso é uma experiência pela qual todos deveriam passar um dia. É com certeza uma linda forma de começar o ano.
Pontos negativos:
- Você vai chorar lágrimas de sangue por não ter ido para algum dos apês que ficam em frente à praia e tem uma vista privilegiada de tudo;
- Você vai ser arrepender de beber tanto e depois precisar ir ao banheiro;
- Depois da queima de fogos não é muito divertido ficar para os shows, a não ser que você esteja na vida para jogo, então não tem muito o que fazer (a maioria dos bares pelas quadras do bairro estão fechados);
- Não vai ser fácil pular as 7 ondas, a não ser que você leve uma bota de açougueiro para tocar na água e em todas as oferendas para Iemanjá. No sufoco, vale procurar um ponto menos conturbado da praia para acessar o mar;
- Você vai ser arrepender de não ter passado o réveillon em Copa há muito tempo.
Acho que a maior dica para essa época na cidade é fugir da zona sul (quem quer "ferver" não siga essas dicas) que são as áreas com maior concentração de gente, durante o dia não dá nem para ver a cor da areia, os preços são altos, blá blá blá. Então aproveite para explorar ao máximo a Urca, Botafogo, Flamengo, Santa Tereza, Lapa, e não se esqueça de Niterói. Lá estão praias lindíssimas, tranquilas e frequentadas apenas por cariocas que querem fugir da confusão e curtir o Rio e seus 40 graus.
Acho que a maior dica para essa época na cidade é fugir da zona sul (quem quer "ferver" não siga essas dicas) que são as áreas com maior concentração de gente, durante o dia não dá nem para ver a cor da areia, os preços são altos, blá blá blá. Então aproveite para explorar ao máximo a Urca, Botafogo, Flamengo, Santa Tereza, Lapa, e não se esqueça de Niterói. Lá estão praias lindíssimas, tranquilas e frequentadas apenas por cariocas que querem fugir da confusão e curtir o Rio e seus 40 graus.
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